Ano novo, vida nova,
novo período na faculdade e uma única promessa: Nunca mais vou deixar meus
trabalhos para a última hora. Quem já passou por pelo menos um fim de período
conturbado com direito à greves, calendário corrido e incessantes feriados - maravilhosos,
porém inconvenientes -, sabe bem o que é virar a noite à base de café, pedindo
a São Longuinho que ache as palavras perdidas para completar uma preciosa lauda
e arrematar aquele trabalho final que tem que ser entregue em 5 horas. Mas
infelizmente, quando surge o arco-íris do novo período, costumamos esquecer os
estragos que a tempestade causou e ainda pode causar.
Sobreviver à tempestade de canivete sem cometer
suicídio é motivo pra comemorar e soltar fogos. E é também a ocasião perfeita
para fazer promessas que nunca serão cumpridas e jurar solenemente diante de
Deus e de todo o Facebook que nunca, NUNCA MAIS, deixará textos e trabalhos
para serem lidos na última hora. Mas no dia seguinte, todos os textos, notas de
rodapés e trabalhos que eram só pro mês
que vem estão jogados na mesma pilha da dieta de segunda-feira e dos
palavrões que você prometeu não mais falar. E o que é pior, de repente, não mais que de repente, o tal ‘mês que vem’ já é AMANHÃ, o que
significa que hoje é o dia mundial do seu inferno astral, o dia de entornar
litros de café com energético e Dipirona, o prazo final para começar e concluir
todos aqueles trabalhos cabulosos, cujas respostas não são facilmente encontradas
no Google, e digo tudo isso com muita propriedade.
Sempre achei que fosse
a rainha da procrastinação – e talvez eu seja mesmo -, mas com o tempo percebi
que procrastinar e se dar bem no final é, na verdade, uma arte. Aqui
estou eu, em mais uma madrugada de mais um fim de período – e de promessas não
cumpridas - tentando estudar pra dois seminários, preparar seus respectivos
slides, fazer um fichamento, ler um livro, tirar meu CR da forca e minha bunda
da reta bem na última hora. Durante todo o tempo que tive para preparar tais
trabalhos, meus dedos e meu cérebro permaneceram tão inertes quanto minha bunda
flascida. Por isso, gora estou aqui sofrendo com dor de cabeça por excesso de
esforço, me entupindo de analgésicos e energéticos... Se os músicos se drogam e
morrem aos 27, os universitários morrem aos 19,não tenha dúvidas.
Quando finalmente consigo dormir, sonho com meus
trabalhos prontos e me imagino tirando dez em todos eles... aí eu lembro que
meus bons pensamentos não fazem meus trabalhos, e minha preguiça também não me
deixa fazê-los. Então eu me conformo com o meu futuro: Repetir o período,
desistir da faculdade, ir morar debaixo de uma ponte cercada por pombos e
gatos... Não é um destino tão ruim assim, é? Boatos que ser mendigo está super
na moda, e viver numa ponte também. Under
ou Over the bridge, serei notícia. Só
espero que nessa ponte eu tenha um momento de revelação e finalmente entenda
que tentar me proteger da tempestade com a peneira não é o caminho certo para
ver o tal do arco-íris surgir outra vez. Para chegar ao pote de ouro é preciso
fazer muito trabalho... Perder o sono, a sanidade e a dignidade do caminho, faz
parte.
Ai ainda bem que você me entende, Natascha!
ResponderExcluirQuando entrei na faculdade disse pra mim mesma que ia ser super esforçada e fazer tudo com muita antecedência. Não seguir a mesma linha que seguia na escola. Tropecei.
Agora, no próximo semestre, prometo que vou melhorar. E se não, prometo melhorar no próximo, ou no próximo...
Tenho que entender, né Ju. Estamos no mesmo barco, cavando o mesmo buraco, indo de encontro ao fundo do poço juntas... srsrsrs! <3
ExcluirIsso é amor!